Mesmo não estando no ônibus que levava a torcida do Corinthians de volta de Minas Gerais para São Paulo, o motorista de entregas Alex Oliveira, 52 anos, se sente um sobrevivente do acidente que terminou com a morte de sete pessoas na madrugada deste domingo, 20, na Rodovia Fernão Dias(BR-381), altura da cidade de Brumadinho, região metropolitana da capital mineira.
Ele foi para Belo Horizonte acompanhar o jogo entre Cruzeiro e Corinthians, pelo Campeonato Brasileiro, no mesmo ônibus que se acidentou horas depois do confronto, no retorno a São Paulo. Mas, após a partida, ele aceitou uma carona de amigos para voltar para casa, em Jacareí, município do Vale do Paraíba.
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“Foi oferecida uma carona para mim e para a minha neta (que também foi ao jogo). Eu tinha um compromisso de família em Jacareí neste domingo, e precisava voltar mais cedo”, disse Alex ao Mahjong Ways. “E como os ônibus costumam demorar mais para sair, por conta de comboio, protocolo de liberação da polícia, eu voltei de carro com uns amigos.”
O torcedor conta que estava a uns 300 quilômetros de Belo Horizonte, local da partida, quando recebeu um telefonema de um dos passageiros do ônibus que tombou informando sobre o acidente.
“Um amigo me ligou dizendo que tinha sofrido o acidente e que ele estava muito mal. Mas logo depois perdemos o contato com ele”, diz Alex. “Pouco depois, a gente ligou para pessoas que estavam em outro ônibus da torcida e que vinha atrás. Um colega para quem eu liguei confirmou (o acidente) e me comunicou que a situação era bem grave”, lembra. “Mas eu não imaginava que iria perder sete amigos.”
Chamadas de “caravanas”, as viagens de ônibus que partem de São José dos Campos para acompanhar os jogos do Corinthians costumam reunir duas torcidas organizadas do clube: a Gaviões da Fiel e a Coringão Chopp, que tem uma subsede na cidade de Pindamonhangaba, também do Vale do Paraíba.
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O torcedor corintiano diz que sempre viajava nas caravanas para ver o Corinthians jogar, incluindo deslocamentos para o Rio Grande do Sul. Ele faz parte da torcida Gaviões da Fiel, mas mantinha amizade com pessoas de outras torcidas do time paulista, como da Coringão Chopp, que também tinha membros no ônibus que sofreu o acidente.
“É uma coisa muito triste. Mas é uma mistura de sentimentos. Acho que foi um livramento de Deus ter aceitado a carona, mas é a tristeza de perder os amigos. Morreram meninos jovens. Um deles fazia a primeira caravana dele”, disse.
Perguntado se o acidente poderia fazê-lo se afastar das viagens para assistir ao Corinthians, Alex responde que ainda não tem uma resposta para isso. “A cabeça está muito confusa. Agora a gente só quer dar um abraço nos amigos, ajudar no que pode e dar força para as famílias dos irmãos que foram embora.”
Caravanas permitiam flexibilidade na lista de passageiros
Com 20 anos de história e cerca de 3 mil membros, a torcida da Gaviões da Fiel que se concentra na subsede em São José dos Campos, costuma organizar as caravanas que levam torcedores corintianos para jogos na condição de mandante, na Neo Química Arena, como também na de visitante.
Os deslocamento para outros Estados costumam ser feitos em jogos que acontecem no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná, explicou um integrante da torcida, que pediu para não ser identificado.
O tamanho das caravanas costuma variar de acordo com o nível de interesse dos torcedores. O Mahjong Ways, que esteve na subsede da Gaviões, em São José dos Campos, apurou que a torcida organizada corintiana, que representa o Vale do Paraíba, faz uma convocação quando a equipe joga fora de casa. A partir do número de adesões à viagem são fechados a quantidade de ônibus - ou vans, se a quantidade de pessoas for menor - que farão o deslocamento.
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A lista de pessoas, porém é flexível, o que permite que membros da torcida tenham a liberdade de ir com o ônibus fretado e voltar por outros meios, como o caso do motorista de entregas Alex Oliveira, ou pegar uma carona apenas no retorno.
Integrantes da Gaviões afirmaram que toda caravana é liderada por um membro da torcida, que fica responsável pelas entradas e saídas de passageiros. Mas, eles garantem que essa flexibilidade não desrespeita a capacidade de lotação do ônibus.
Membros de outra torcida corintiana, a Coringão Chopp, que possui uma subsede em Pindamonhangaba, também no Vale do Paraíba, costumam se juntar à Gaviões da Fiel. A maioria das vítimas no acidente da madrugada deste domingo pertencia à Coringão Chopp.
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