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Lula nega que Brics seja ‘contraponto’ ao G-7 após fala de Celso Amorim

Depois que o assessor da presidência Celso Amorim afirmou que o mundo não poderia ser ‘ditado pelo G-7′, presidente brasileiro aponta que não existe uma intenção do Brics de rivalizar com o G-7 ou com os Estados Unidos

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PorFelipe Frazão
Atualização:
3min de leitura

ENVIADO ESPECIAL A JOHANNESBURGO - O presidente do Brasil,Luiz Inácio Lula da Silva, disse em uma transmissão feita nesta terça-feira, 22, nas redes sociais, que o Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) não quer ser um contraponto ao G-7 e aos Estados Unidos.

O presidente brasileiro adotou um tom mais conciliador após o assessor da presidência e embaixador Celso Amorim afirmar que o mundo não pode ser “ditado pelo G-7″ e que uma lista de 23 países que desejam entrar no grupo representa a criação de uma nova ‘ordem mundial’, o presidente brasileiro sinalizou que

“Não queremos ser contraponto ao G-7, ao G-20, aos Estados Unidos. A gente quer se organizar. Queremos criar uma coisa que nunca existiu. O Sul Global, nós sempre formos tratados com a parte pobre do planeta, como se não existíssemos e fossemos países de segunda categoria”, afirmou Lula.

“O Brics não significa tirar nada de ninguém”, insistiu Lula. “O Brics tem essa simbologia. Não é a simbologia da rivalidade, mas de criar um organismo novo, forte, que tenha muita gente e muitos recursos.”

Em foto de 2010, o presidente Lula ao lado do ex-chanceler Celso Amorim, em cúpula em Mar del Plata 

Declarações de Amorim

Mais cedo, Amorim ressaltou a força do Brics por conta do interesse de 23 países que querem aderir ao bloco.

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“Todo esse interesse que existe na expansão, países que desejam ser parceiros ou membros plenos do Brics demonstram que há uma nova força no mundo, que o mundo não pode mais ser visto como ditado pelo G7″, disse Celso Amorim.

O ex-chanceler, e mais influente conselheiro direto de Lula na política externa, participa das reuniões de Lula na 15ª Cúpula do Brics, em Johannesburgo e vai estar no retiro reservado aos líderes. Os chefes de Estado e de governo tomarão decisões sobre a expansão do bloco, impulsionada pela China, e sobre a criação e uso de moedas alternativas ao dólar.

“OObamajá tinha dito isso, quando disse que o G20 tinha substituído o G7. Mas agora estava havendo uma tendência, em função das rivalidades entre Estados Unidos e China, em função da guerra na Ucrânia, de retração. Acima de tudo, essa reunião do Brics, com interesse enorme de países em desenvolvimento, demonstra que o mundo é mais complexo do que isso.”

Haddad nega antagonismo do Brics a outros fóruns

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também adotou um tom diferente de Amorim ao afirmar que o Brics não significa um “antagonismo” a outros fóruns internacionais dos quais Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul participam.

“O Brics tem grande contribuição a dar. Brasil, África do Sul, Índia, China e Rússia podem, cada um a partir de sua perspectiva, oferecer ao mundo uma visão coerente com seus propósitos e que não signifique nenhum tipo de antagonismo a outros fóruns importantes dos quais nós mesmos participamos”, disse o ministro, em discurso no Fórum Empresarial do Brics, em Johannesburgo.

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