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Robson Morelli

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Foto do autor: Robson Morelli

Jogador não pode festejar gol no futebol brasileiro; arbitragem está chata pra chuchu

Chatice dos árbitros e não das regras tira a alegria do atleta na hora de comemorar

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PorRobson Morelli
2min de leitura

A arbitragem do Brasil é chata pra chuchu. E cada vez mais chata. Não são as regras, mas as recomendações. Alguns árbitros agem por conta própria, o que é pior. Agora, os homens do apito não ‘deixam’ mais os atletas comemorarem seus gols. No sábado, Raphael Veiga ganhou amarelo porque festejou o primeiro goldoPalmeiras contra o Cuiabá com sua comemoração tradicional, dando uma voadora no pau do escanteio, onde geralmente tem o escudo do mandante.

De tempos para cá, ele faz isso quando balança as redes. Quando chuta o pau do escanteio dentro do Allianz Parque, não é punido. Quando faz fora, é. Onde está a coerência?

Luciano, do São Paulo, fez a mesma coisa no estádio do Corinthians, em Itaquera, e foi penalizado com o cartão, ficando fora do segundo jogo da semifinaldaCopa do Brasil. O gesto foi visto como provocação. Não pode nem olhar nem apontar para a torcida adversário em partida de bandeira única.

Raphael Veiga é punido por comemorar gol chutando a bandeirinha do Cuiabá Foto:Cesar Greco/Palmeiras

A Fifa não fala nada disso. Nem nunca falou. É mais uma bizarrice da arbitragem brasileira. Jogador que se aproxima da torcida também é punido. Jogador que tira a camisa ou esconde o rosto, como fazia Rivaldo no Barcelona, recebe amarelo. Até aqueles artilheiros que sobem as escadas atrás dos gols têm a atenção chamada com o cartão. É muita chatice em ‘nome da segurança’.

Isso quando os árbitros não estão ‘brigando’ com treinadores, com seus auxiliares e atletas, passando sermões intermináveis, dando broncas e cobrando sabe-se lá o quê. Não se vê esse comportamento nos jogos fora do Brasil. Não dessa forma espalhafatosa, um tanto exagerada e muito autoritária.

Árbitro de futebol não tem de gritar para ser respeitado. A CBF tenta resolver esse problema, mas não consegue porque não há bons exemplos a seguir.

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A Fifa nunca proibiu que jogador se aproxime da torcida para festejar gols. Também não há alambrados fora do Brasil. Então, são comportamentos exclusivos do futebol brasileiro em nome de se evitar uma possível tragédia. No lugar de punir, poderia haver orientações e explicações.

O próprio Raphael Veiga disse que é preciso ter regra clara para suas comemorações. Se pode no Allianz, por que não pode em outros estádios? Não me parece que o jogador está desrespeitando a bandeira do rival. É muito ‘mimimi’ no futebol. Por isso que ele está chato. Nos anos 90, havia muitos jogadores provocadores, mas que tinham em suas ações muito também de suas personalidades e alegria. O futebol era mais divertido. Tirar a camisa, que é se descaracterizar do ambiente de jogo, e se manifestar de forma política e religiosa, a Fifa não deixa. Mas tem de parar por aí. E olhe lá, porque ela abriu mão ao permitir manifestações racistas e de cunho social. É preciso viver conforme as regras do nosso tempo. É preciso organizar e não coibir.

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