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CPI da CBF/Nike termina em "pizza"

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PorAgencia Estado
2min de leitura

A CPI da CBF/Nike terminou nesta quarta-feira da forma mais desastrosa possível. Virou "pizza". Para não colocar em votação o substitutivo da chamada "bancada da bola", que tinha maioria a seu favor, o presidente da comissão, Aldo Rebelo (PcdoB-SP), simplesmente resolveu encerrar os trabalhos. Esse tipo de procedimento, que não encontra amparo regimental, pode resultar numa repreensão pública ao deputado, segundo informaram assessores do presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG). O deputado José Rocha (PFL-BA), disse que ele e seus colegas que se sentiram prejudicados vão pedir providências a Aécio, inclusive para validar o substitutivo que eles e 17 de seus colegas pretendiam aprovar no lugar do relatório do deputado Silvio Torres (PSDB-SP). "Tínhamos ainda tempo e quorum para votar a matéria, mas Rebelo preferiu encerrar a sessão desta maneira arbitrária antevendo sua derrota", afirmou. A falta de um relatório oficial anula todo o trabalhos desenvolvidos nos últimos oito meses. Já então, o presidente da comissão demonstrava seu descaso para com o Regimento da Câmara, ao permitir que seus colegas incluíssem na investigação vários outros temas que não constavam como "fato determinante" de criação da CPI. A aprovação de emendas teria resolvido o problema, mas como nada foi feito, a comissão teria de restringir seus trabalhos ao exame do contrato da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) com a Nike. Mas não. Terminou "entrando" na lista 13 assuntos, alguns deles atraindo os refletores de notícias que estavam nos jornais, como é o caso da segurança nos estádios. Aldo Rebelo só renunciou a seu cargo depois da sessão da CPI virar um ringue de batalha. Faltou pouco para os integrantes da CPI da CBF/Nike se agredirem fisicamente. A troca de insultos, os gritos, os gestos ameaçadores dominaram nas cinco horas de reunião, interrompidas por volta das 15 horas e retomadas às 19 horas. O deputado José Lourenço protagonizou boa parte dos bate-boca. "Ele chamou Rebelo de "Stalinista, golpista , ditador". O presidente da CPI foi igualmente duro: "Uma das agruras desta comissão é ter de bater-boca com um verme deste", afirmou, apontando para Lourenço. O substitutivo da "bancada da bola" excluía Ricardo Teixeira, o sócio de Pelé, Helio Viana, e 21 presidentes de federações dos pedidos de indiciamento. Os deputados alegam que as denúncias não estão bem fundamentadas, apesar dos documentos em poder da comissão demonstrarem exatamente o contrário. Em meio ao tumulto causado pela decisão de Rebelo, o deputado Eurico Miranda (PPS-RJ) resolveu substitui-lo, chamando a votar a um a um dos deputados. Deu empate de 17 votos a favor contra 17, já que ele também chamou os suplentes para votarem. Mas a iniciativa não tem valor legal. A manobra dos deputados aliados a Rebelo era para prorrogar a sessão até à meia-noite, quando se encerraria o prazo de duração da CPI. Com ficou difícil enrolar até lá, o presidente preferiu "implodir" a comissão pessoalmente. O relatório de 830 páginas do deputado Silvio Torres é cheio de detalhes sobre as 13 irregularidades que teriam sido cometidas por Ricardo Teixeira, mas peca em vários outros pontos. É parcial, por exemplo, no exame das questões relacionadas à Nike. Torres repete na íntegra o depoimento em que o jogador Edmundo afirma que um representante da Nike acompanhava a seleção brasileira na concentração e em outros locais, mas omitiu por completo os depoimentos em que Roberto Carlos e Ronaldinho negaram o fato. Ele pouco aproveitou dos sub-relatórios apresentados pelos deputados Eduardo Campos (PSB-PE) e Jurandil Juarez (PMDB-AP). Campos pediu o indiciamento de 35 pessoas por suspeita de envolvimento no tráfico de jogadores adolescentes, entre elas o funcionário do Itamarati Otávio Monteiro Barros. O relator excluiu Monteiro e da lista, só cinco pessoas estão no seu relatório. Também ficaram de fora os pedidos de indiciamentos feitos por Juarez, de pessoas supostamente envolvidas no esquema dos passaportes falsos. O relator justificou sua posição, alegando que os crimes foram cometidos no exterior.

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